quarta-feira, 17 de maio de 2017

Opinião | Uma Visão Cruel Da Vida Com "Realive"

Vida

Ontem tive a oportunidade de ver este filme sobre a criogenia humana - congelar o corpo para que possa ser ressuscitado no futuro.

A premissa dada pela FilmaFFinity é esta:
Ano 2084. Um grupo de médicos tenta ressuscitar pela primeira vez um homem que foi criogenado há 60 anos atrás. Marc (Tom Hughes) foi diagnosticado com uma doença, cujo prognóstico lhe dava um ano de vida. Incapaz de aceitar o seu final, decide congelar o seu corpo. Seis décadas depois, Marc torna-se o primeiro homem ressuscitado da história. Mais tarde descobre que o grande amor da sua vida, Naomi (Oona Chaplin), o acompanhou durante todo esse tempo da forma que menos esperava.
Estou neste momento a tentar ver o máximo de filmes lançados no final do ano passado e no início deste e quando vi este perguntei-me "porque não?" E mergulhei de cabeça nele.

Começa logo com Marc a falar, dirigindo-se a quem assiste, numa reflexão sobre a vida e a ideia de nascer já sabendo o que se vai encontrar no mundo, a ideia de ressuscitar noutro corpo. Fiquei atenta.

Com o avançar do filme, sabemos que Marc tem uma doença que lhe dá apenas um ano de vida, com uma relativa qualidade de vida normal, mas que, após esse ano, os médicos não lhe garantem que este não sofra. Mas Marc tem um plano: congelar o seu corpo para, quando a ciência o permitir, voltar à vida. Para tal, é necessário muito dinheiro mas como artista de sucesso que é, o dinheiro não será um problema.

Vida

Marc apercebe-se que, para o seu corpo reagir bem a uma possível descongelação futura, o seu corpo tem de estar com o máximo de saúde possível. De um lado temos a sua doença, que o vai deteriorar ao longo do tempo, e do outro lado, a possibilidade de poder renascer através da criogenia humana.
Para tal, Marc toma uma decisão complicada: este decide suicidar-se enquanto o seu corpo ainda está minimamente saudável para que, no futuro, o corpo aguente a descongelação.

Vida

Wow... Sim, parece de loucos e é de loucos. Marc planeia tudo ao mais ínfimo pormenor, dá uma última festa com os seus amigos, planeia o suicídio, tem o apoio da sua namorada dia-sim, dia-não (uma relação amorosa bastante complicada mas bastante bonita) para, quando chegar a hora, ela possa ligar primeiro para a clínica de criogenia e apenas depois para o 112. Está tudo planeado.

Até ao dia em que Marc se torna o primeiro homem ressuscitado do mundo! Exclusivamente para ele, foi desenvolvida tecnologia de ponta para reconstruir os músculos, órgãos e ossos que precisassem de melhorar após sessenta anos de criogenia.
Para se recordar de tudo, foi desenvolvido um aparelho semelhante a óculos onde estão gravadas, e são gravadas, todas as memórias que Marc tem sobre a sua vida antes da criogenia. 

Vida

Esta vida após a criogenia parece estar a correr bem, até ao momento em que ele se apercebe que, embora seja o primeiro homem descongelado, não foi a primeira tentativa da equipa médica que o rodeia e apoia todos os dias de acordo com as suas necessidades.

Não posso avançar muito mais sobre o filme, ou estragaria para quem fique interessado em vê-lo. O final é simplesmente de génio, é duro e cru mas de uma beleza inimaginável.

Não posso deixar de referir que este filme ganhous os prémios de Melhor Filme e Melhor Argumento na última edição do Fantasporto! Bem merecido!

A vida só é vivida quando não a deixamos passar por nós.

Classificação: 8/10

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