Opinião | "Elizabeth is Missing" de Emma Healey

Autor: Emma Healey

Editora: Penguin Books
Editora em Portugal: Marcador (Título: "A Elizabeth Desapareceu)
Classificação: 4/5 *

Não sabia bem o que esperar deste livro mas sabia que o queria ler - não tivesse eu um carinho especial por todos os personagens seniores e rabugentos. O meu parecer? Vai tocar nos nossos corações e vai custar.

Maud Horsham, foi diferente dos outros seniores sobre os quais eu já li. Uma senhora de 82 anos com Alzheimer e com um grande mistério em mãos que apenas ela pode resolver. A sua amiga Elizabeth está desaparecida e ninguém vai parar Maud de encontrar as respostas que ela procura.

Este livro é difícil de começar, é verdade... Mas, na minha humilde opinião, foi feito com esse propósito. Andar para trás e para a frente no tempo, haver saltos no tempo dentro do mesmo capítulo sem aviso prévio. Maud vai-se recordando da sua meninice e do que se passou com a sua irmã Sukey, depois voltamos ao presente e há qualquer coisa que Maud está a fazer que é completamente errado (ou que já fez mais de dez vezes nesse dia). 

Quando o comecei só o quis pousar e parar de ler, maioritariamente por causa destes saltos no tempo que eu não compreendia mas algo me fez continuar. Chegou uma altura em que eu própria queria saber o que se tinha passado com Elizabeth, tanto era o mistério em torno dela. E só Maud me poderia dar as respostas às minhas perguntas, até porque inventei mil e uma teorias sobre o que se podia ter passado com Elizabeth.

O livro conta ainda com histórias paralelas, como é o caso da irmã de Maud, Sukey, e a história da "mulher louca" e Douglas. Toda a confusão no fim faz sentido, é preciso primeiro arrumar a casa.

Mas vamos ao cerne da questão: é um livro de mistério? Sim e não. Sim porque temos o factor Elizabeth que está desaparecida e Maud age como uma super detective com todas as suas notas que traz nos bolsos tentando contornar a sua doença. E não porque este livro não é um policial, não é mistério, não é acção. É pura e simplesmente sobre a doença de Alzheimer. É o relato de Maud e da sua vida, é ver as reacções das pessoas à sua volta que estão saturadas de terem de repetir as coisas mil e uma vezes.

Nunca lidei de perto com uma doença destas, mas o facto de bastar apenas uma página para Maud deixar de reconhecer a sua própria filha segundos depois de estar a falar com ela parte-nos o coração. O mesmo com a sua neta e com todas as outras pessoas com quem interage. Abre-nos os olhos para a doença do ponto de vista do doente e do ponto de vista da família. Mostra-nos a dura realidade pela qual passam todos os dias.

Nós, como leitores, temos a hipótese de pousar o livro e não voltar à confusão que se passa na cabeça de Maud e esquecer a história para sempre sem chegar sequer ao fim. Já Maud, em nome de todos aqueles que sofrem de Alzheimer, não pode fugir da sua dura realidade.

I can see they won't listen, won't take me seriously. So I must do something. I must, because Elizabeth is missing.

Author: Emma Healey

Publisher: Penguin Books
Publisher in Portugal: Marcador (Title: "A Elizabeth Desapareceu)
Rating: 4/5 *

I didn't quite know what to expect from this book but I knew I wanted to read it - mostly because I developed a big reationship towards all the old and grumpy characters I've read about so far. My opinion? This book will touch our hearts and it will hurt.

Maud Horsham was different from all the other senior characters I've read about. She's a 82-year-old woman who suffers from Alzheimer and has a big mistery in hands that only her can solve. She's looking for her missing friend Elizabeh and nobody will stop Maud from finding the answer she's looking for.

This book is hard to start, I won't lie... But in my humble opinion this was meant to be like that. The plot goes back and forth, there are time leaps in the same chapter without previous notice to the reader. Maud starts recalling her childhood and everything that happened to her older sister Sukey, then we come back to the present day and we find Maud doing something wrong or doing something for the 10th time in that day.

When I started reading it I wanted to put it down and stop reading it precisely because of these time leaps that I didn't understood but something kept me going. There was a time when I found myself really curious to know what happened to Elizabeth, once Maud was so misterious about it. And only Maud could give me the answers I was looking for, once I made up a thousand theories about what could've happened to Elizabeth.

The book also has ome side stories to the main one, like what happened to Maud's sister Sukey, and the story about the "mad woman" and Douglas. In all this mess everything makes sense in the end, but first you got to clean up.

But let's get to the point: is this a book about mistery? Yes and no. Yes, because we have the "Elizabeth is missing" factor and Maud acts like a super detective with all her notes in her pockets trying to figure everything out and trying to go round her disease. And No, because this book isn't a crime, nor mistery nor action book. This is only about the Alzheimer's disease. It's Maud's report and her life, it's people's reaction and all of tem being tired of repeating everything all over again.

Î was never in touch with the disease in any way but when Maud can forget her daughter in only a page of the book after spending much time talking to her breaks our hearts. The same happens with her granddaughter and everyone aroung her. This book is a real eye-opener to the hard reality of the patients and their families. It shows us the raw reality of what thy go through.

We, as readers, have the possibility to put the book down and never get back to the mess that is Maud's mind and forget the story or even not finishing it. On the other hand, Maud, on behalf of all Azheimer's patients, can't escape her hard reality.

I can see they won't listen, won't take me seriously. So I must do something. I must, because Elizabeth is missing.